"O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho não pode ser encontrado, mas construído, e o ato de fazê-lo muda tanto quanto o destino."
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Bem ou mal, dita a palavra.
__Sem pensar, a palavra dita. Maldita palavra, que fere, que abre antigas cicatrizes e leva embora a suavidade do olhar de há pouco. Já dita, a palavra não volta atrás, não se engolfa goela abaixo, não se encarcera, prudente, atrás dos dentes. Maldita palavra dita, irrefletida. Irresponsável dardo, envenenado e lançado pela língua - jocosa serpente.
__A palavra cura, mata, santifica, crucifica.
__Veloz e voraz, não deveria a palavra voar sem o visto da consciência. Mas voa.
__Pelas bocas dos que ignoram o poder das palavras, estas voam. E mais rápido que o arrependimento, chegam ao seu destino: primeiro atravessam com seus pés sujos a antessala da percepção - os ouvidos - para, em seguida, alojarem-se, mortais, no coração, na memória. Pronto! O veneno foi inoculado. De que adianta um "Pô, foi mal. Escapou sem querer..." ou um insípido "Eu não sabia o que estava dizendo..."? Nada! Não adianta mesmo.
__Melhor teria sido o silêncio da paciência durante o acalorado momento da discussão. Melhor seria ouvir o eco interior das palavras precipitadas antes de proferí-las. Desta forma, entenderíamos o poder avassalador da arma carregada que trazemos conosco.
__Melhor seria observarmos e compreendermos definitivamente que as palavras têm, além da capacidade destrutiva, um inacreditável poder balsâmico, revitalizador.
__Mas é o crivo da prudência o teste definitivo para o bom uso da palavra. Calar, ouvir, pensar, escolher o momento e as palavras certas (não os certeiros dardos envenenados, mas um bálsamo essencial) e, só depois - ou nunca! -, falar, afinal, o silêncio é a palavra que melhor nomeia o bom senso.
domingo, 4 de abril de 2010
De volta à virtude - mesmo que virtual.
___Distante de mim mesmo pelo tempo que me consumia. Eu sumia.
___Várias ideias (agora, sem o acento agudo!) apelavam por papel que as acolhesse, por internet que as difundisse, mas não houve tempo, não houve tino, não houve haveres. Simplesmente quedei-me na acomodação e deixei que tais e tantas ideias viessem, latejassem e partissem. "Mea culpa"!
___Estou de volta.
___Estou com pressa. Pressa de fazer algo acontecer - ainda não sei exatamente o quê. Sinto, aliás, uma invencível e incomparável necessidade de extravasar muita coisa. Sobre meus cansaços, sobre minhas angústias, sobre aquilo em que acredito e sobre o que já me fez perder a fé. Não em Deus, mas em minhas possibilidades. Finalmente percebi que sou finito.
___Há tempos venho pensando e só.
___Vou tentar retomar o papel de "percebedor de palavras". Acho que algo me vai fazer muito bem quando deixar de deixar o agora para depois e quando realizar - ao menos na tela ou em guardanapos de papel - o depois agora.
___A todos, "carpe diem".
___A mim - pois já o sei há muito -, "tempus fugit"!
A tantas horas... o agora!
incômodo.
palavras avulsas
antes presas na ponta da língua
saindo das pontas dos dedos
a cada toque,
a cada tecla,
a cada gole de vinho.
tinto o vinho.
retinta a noite.
um filme sobre solidão e dúvidas
passa na tevê
a tais e tantas horas
da noite ou da madrugada.
mais nada.
mais nada.
tenho vontade
de ter vontades.
de fazer, de pensar,
de ser, de tentar.
mas, nada!
mais nada.
____________________________
Há horas, como agora, em que é preciso saber fazer o tempo parar e depois passar.
palavras avulsas
antes presas na ponta da língua
saindo das pontas dos dedos
a cada toque,
a cada tecla,
a cada gole de vinho.
tinto o vinho.
retinta a noite.
um filme sobre solidão e dúvidas
passa na tevê
a tais e tantas horas
da noite ou da madrugada.
mais nada.
mais nada.
tenho vontade
de ter vontades.
de fazer, de pensar,
de ser, de tentar.
mas, nada!
mais nada.
____________________________
Há horas, como agora, em que é preciso saber fazer o tempo parar e depois passar.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
domingo, 31 de maio de 2009
O Velho na Calçada
Sentado, aos pés do luxo,
jeito de achar-se lixo,
um homem sem nome,
um velho:
Mãos calejadas estendidas;
olhos suplicantes,
marejados e desiludidos;
voz rouca, distante,
perdida - "Por favor, moço..."
O Velho pede um olhar fraterno.
_
As roupas rasgadas e desajustadas,
(nojo de quem passa)
a pele suja e maltratada,
(desprezo de quem vê)
cheiro de quem não sonha mais:
(pesadelo de todos)
o Velho. Um velho.
_
Sente-se nada ou nada mais do que um bicho.
Bichos são homens-seres sem nome
que saciam a inesgotável fome
no lixo!
_
O Velho olhou para mim.
Fraternalmente, um velho olhou para mim...
Mas não consegui lhe dar
mais do que uma moeda...
(Rafael Calvet)
_____________________________________________________
___Já se passou muito tempo, desde que esta epifânica situação me arremessou contra a folha de papel e minha máquina de datilografar...
___Creio que o velho de então já não mais existe. Mas a situação, esta, insiste!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
O sono distante
____Tem sido difícil dormir bem. Aliás, simplesmente dormir tem sido muito, mas muito difícil mesmo. Não sei se é o descrédito no sonho - algo que vai muito além da insônia - ou se é a ânsia de não mais perder outro segundo dos milênios que já perdi, que já desperdicei com o sono, com as quimeras...
____Mais que a dificuldade de dormir, tem sido quase doloroso acordar.
____Enquanto isso, os ponteiros do tempo vão fugindo...
Assinar:
Postagens (Atom)